Especialistas e profissionais de saúde pública preveem que o Brasil pode acumular mais de 100 mil mortes em consequência da pandemia do coronavírus. Segundo eles, a pobreza generalizada e a desigualdade social no país alimentarão um aumento explosivo dos casos.
Os especialistas afirmam que não há dúvidas de que o epicentro da pandemia está se deslocando para o Brasil e encontrará aqui uma população com condições de vida precárias.
“Se seguirmos nessa curva, chegaremos a 120 mil mortes. Poderemos alcançar o total dos Estados Unidos nas próximas semanas”, disse Alexandre Kalache, que já foi membro graduado da Organização Mundial de Saúde e é presidente do Centro Internacional para Longevidade.
O Brasil possui até o momento 18.859 mortos e uma curva de registro de novos casos crescente. Com mais de 290 mil infectados, o maior país da América Latina deve superar a Rússia nos próximos dias como o segundo país em número de casos no mundo.
Um estudo feito neste mês pelo Instituto para Métrica e Avaliação de Saúde projetou que quase 90 mil brasileiros morrerão até o início de agosto em consequência da Covid-19. Esse número, entretanto, pode aumentar para mais de 193 mil dependendo das condições internas, conforme mostrou o mesmo estudo.
O Brasil se classifica entre os países mais desiguais do planeta. A renda mensal média do 1% no topo da escala social, no ano passado, era mais de 33 vezes a renda média dos 50% no nível mais baixo.
