Itália e Bélgica se mobilizaram para interromper o uso da hidroxicloroquina para tratar pacientes de covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, devido às dúvidas sobre a segurança do remédio contra a malária.
A França cancelou nesta quarta-feira (27) um decreto que permitia que médicos de hospitais ministrassem o remédio, e a Agência Italiana de Medicina (AIFA) suspendeu a autorização de uso da hidroxicloroquina contra a covid-19 fora de testes clínicos.
Elas também ilustram um recuo no mínimo temporário das agências reguladoras em relação a um medicamento que foi visto como uma opção de tratamento promissora no início da pandemia.
As ações de três dos países mais afetados pelas infecções e mortes decorrentes do coronavírus seguem a decisão tomada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na segunda-feira de interromper um grande teste de hidroxicloroquina por questão de segurança.
O cancelamento francês, que na prática proíbe o remédio para casos de Covid-19, foi confirmado pelo Ministério da Saúde, sem mencionar a suspensão da OMS.
Os Estados Unidos emitiram uma autorização de emergência para o remédio defendido pelo presidente Donald Trump, entre outros, como possível antídoto para o coronavírus.
No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro é um fervoroso defensor da cloroquina, que teve a ampliação de seu uso no combate ao coronavírus autorizada pelo Ministério da Saúde por pressão do presidente.
O periódico científico britânico The Lancet noticiou que pacientes que receberam hidroxicloroquina sofreram taxas de mortalidade maiores e arritmia cardíaca, o que se somou a vários resultados decepcionantes do medicamento como opção de cura da Covid-19.
Autoridades de saúde italianas concluíram que os riscos, aliados aos poucos indícios de que a hidroxicloroquina é benéfica contra a Covid-19, justificam uma proibição fora dos testes clínicos.
Nenhuma vacina ou tratamento para Covid-19 já foi aprovado.