A Organização Mundial da Saúde (OMS) mudou suas orientações sobre uso de máscaras e disse que elas devem ser usadas em público para ajudar a impedir a propagação do coronavírus.
O órgão disse que novas informações mostram que elas podem fornecer “uma barreira para gotículas potencialmente infecciosas”. Mas a OMS destaca que apenas as máscaras não são suficientes para evitar a disseminação do coronavírus.
Em alguns países ao redor do mundo, como no Brasil, já há recomendação ou exigência de que as pessoas usem máscaras para cobrir boca e nariz em público.
A médica epidemiologista Maria Van Kerkhove, especialista técnica da OMS, disse à Reuters que a recomendação é que as pessoas usem uma “máscara de tecido – ou seja, uma máscara não médica” em áreas onde há risco de transmissão.
Globalmente, houve 6,7 milhões de casos confirmados de coronavírus e quase 400 mil mortes desde o início do surto no final do ano passado, segundo dados compilados pela Universidade Johns Hopkins.
Qual é a orientação da OMS?
A entidade disse que sua nova orientação foi motivada por estudos concluídos nas últimas semanas. “Estamos aconselhando os governos a encorajar o público em geral a usar uma máscara”, disse Van Kerkhove.
Ao mesmo tempo, a OMS enfatizou que as máscaras faciais eram apenas uma das várias ferramentas que poderiam ser usadas para reduzir o risco de transmissão – e que não deveriam dar às pessoas uma falsa sensação de proteção.
“Máscaras por si só não vão te proteger da covid-19”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
‘Grande mudança’
O editor de ciência da BBC, David Shukman, diz que se trata de uma grande mudança na orientação da OMS.
“Durante meses, os especialistas da organização mantiveram a linha que as máscaras encorajariam uma falsa sensação de segurança e privariam os profissionais médicos de equipamentos de proteção muito necessários.”
Ele aponta que esses argumentos não desapareceram, mas que a OMS passou a reconhecer o surgimento de novas evidências a respeito dos riscos de transmissão.
Pessoas com mais de 60 anos com doenças pré-existentes devem ir além, disse a OMS, e usar máscaras médicas para se protegerem melhor.