Mais de R$ 1,5 milhões foram gastos pelo Exército na produção de cloroquina

A Organização Mundial da Saúde (OMS) suspendeu pela segunda vez os estudos dos medicamentos para tratamento de pacientes do coronavírus

Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

Mais de R$ 1 milhão foi gasto pelo Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército para aumentar em 100 vezes a produção de cloroquina e hidroxicloroquina durante a pandemia. Esta semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) suspendeu pela segunda vez os estudos dos medicamentos para tratamento de pacientes do coronavírus ao constatar que as novas evidências científicas provam que a substância não ajuda na redução da mortalidade pela doença.

Como a cloroquina e a hidroxicloroquina não possuem comprovação de eficácia clínica para ajudar nos casos da pandemia, o Tribunal de Contas da União vira alvo de superfaturamento por liberar a compra superfaturada do exército para produção em larga escala, além da suposta má aplicação do dinheiro público do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no combate a doença, com gastos em um medicamento que não tinha comprovação de benefício para tratamento da Covid-19.

Os dados, buscados pelo Repórter Brasil com base nas compras realizadas pelo governo federal, apontam que um total de R$ R$ 1.587.549,81 foi utilizado em 18 contratos, sem licitação, para compra de cloroquina em pó, além de outros insumos de fabricação do medicamento. Segundo as informações buscadas, 95% do valor foi usado para a compra de 1.414 kg de cloroquina em pó.

O início das compras aconteceram em 20 de março. um dia antes do presidente da república anunciar a ampliação da produção dos medicamentos no país. No período, o Ministério da Saúde indicava a medicação apenas casos graves internados em ambiente hospitalar.

O subprocurador-geral, Lucas Rocha Furtado, considera que a situação é reflexo de ineficácia administrativa. “A produção massiva de produto que, ao final, não será útil para os propósitos que motivaram esse ato é resultado direto do voluntarismo da autoridade máxima do país, sem base científica ou médica. Ao agir dessa forma, o presidente da República deixa de garantir de forma adequada o direito da sociedade à saúde”, declarou Furtado para o Repórter Brasil.

Também esta semana, o Ministério da Saúde ampliou o uso dos medicamentos, suspensos de estudos pela OMS, para os grupos de risco crianças e gestantes que apresentem diagnóstico da Covid-19.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui