Alvo de um desdobramento da Operação Lava Jato, na manhã desta sexta-feira (3), o senador José Serra (PSDB) criticou a ação realizada pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal (PF). Para ele, os mandados de busca e apreensão cumpridos foram “medidas invasivas e agressivas”.
Mais cedo, a PF fez buscas na casa em que ele e a filha, Verônica Allende Serra, moram, no Alto de Pinheiros, na capital paulista. Recebidos pela ex-mulher de Serra, Mônica, os agentes apreenderam pen-drives, HDs e computadores. O senador não estava lá no momento.
A investigação apura o suposto recebimento de R$ 4,5 milhões, repassado pela Odebrecht a Serra, entre 2006 e 2007. O montante seria para a campanha dele ao governo de São Paulo. O MPF também acusa o parlamentar de ter recebido mais R$ 23 milhões entre 2009 e 2012 para a liberação de crédito com a Dersa, estatal paulista que foi extinta no ano passado. Segundo informações do G1, os procuradores concluíram que ele e Verônica cometeram o crime de lavagem de dinheiro de obras do Rodoanel Sul no exterior, de 2006 a 2014.
No entanto, Serra não poderá responder por crimes como corrupção, atribuídos a ele até 2010, pois tem mais de 70 anos e esses delitos já prescreveram. Mas vai responder pelo suposto crime de lavagem de dinheiro, ocorrido após o ano em questão.
Em sua defesa, o senador enviou uma nota à imprensa, por meio de sua assessoria, em que classifica a operação como “desarrazoada” por ter ocorrido durante a pandemia. “Causa estranheza e indignação a ação deflagrada pela Força Tarefa da Lava Jato de São Paulo na manhã desta sexta-feira (3) em endereços ligados ao senador José Serra. (…) A operação realizou busca e apreensão com base em fatos antigos e prescritos e após denúncia já feita, o que comprova falta de urgência e de lastro probatório da acusação”. Além disso, a nota ressalta que ele confia na Justiça e “reforça a licitude dos seus atos e a integridade que sempre permeou sua vida pública”.