Nesta sexta-feira (31), a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) registrou o segundo dia consecutivo de recorde de mortes por Covid-19 confirmadas em 24 horas. Mas isso não significa que a pandemia está se agravando na Bahia. De acordo com os dados divulgados pela pasta, o último boletim traz 72 mortes novas, das quais 34 não ocorreram em julho. Já na quinta (30), dos 70 óbitos, 36 não ocorreram este mês. Dos 142 totais, apenas 58 deles foram registrados nos últimos sete dias.
Ao divulgar o boletim epidemiológico da última quinta, a Sesab já havia pontuado que a elevação do número de óbitos diários era resultado de um “represamento temporário dos dados do município de Salvador, em virtude da metodologia utilizada”. “De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, após a confirmação laboratorial, existe uma etapa de investigação epidemiológica. Somente após as duas análises, os casos são confirmados”, disse a pasta. Do total, 91 deles (64%) ocorreram em hospitais da capital baiana.
A morte com maior atraso na notificação (97 dias) ocorreu no dia 24 de abril. A vítima foi uma mulher de 65 anos que veio a óbito em um hospital filantrópico de Salvador.
Dos 70 casos com mais de 30 dias de atraso, apenas dois não foram registrados na capital, mas sim em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana.
De acordo com levantamento do Bahia Notícias, com base nos dados divulgados pela Sesab, o dia com recorde de mortes registradas foi 12 de junho, data exata em que 56 pessoas perderam a luta contra a Covid-19 na Bahia.
CADA VEZ MAIS TARDE
O acúmulo de casos não registrados em Salvador fez com que a média de atraso entre a data da morte e a confirmação oficial desta quinta chegasse a 35 dias, o maior número desde o início da pandemia. Mas este não é um problema isolado. Com o aumento de casos em todo o estado, a média de atraso vem aumentando semana a semana.
Na semana entre 14 e 20 de abril, quando foram registradas 24 mortes em 7 dias, essa média foi de 1,45 dias. Entre 19 e 25 de maio, com 165 óbitos em uma semana, a média passou para 6,6.
Já entre 21 e 27 de julho, com 336 mortes em sete dias, a média de atraso saltou para 8,8 dias.