O senador Flávio Bolsonaro admitiu que seu ex-assessor Fabrício Queiroz chegou a pagar suas contas pessoais, conforme apontou investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro. De acordo com ele, no entanto, a origem das quantias em dinheiro é lícita e não tem qualquer relação com possíveis desvios investigados no suposto esquema de “rachadinha” adotado em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do RJ.
“Pode ser que, por ventura eu tenha mandado, sim, o Queiroz pagar uma conta minha. Eu pego dinheiro meu, dou para ele, ele vai ao banco e paga para mim. Querer vincular isso a alguma espécie de esquema que eu tenha com o Queiroz é como criminalizar qualquer secretário que vá pagar a conta de um patrão no banco. Não posso mandar ninguém pagar uma conta para mim no banco?”, afirmou ele, em entrevista ao jornal O Globo.
Questionado sobre a razão pela qual diversos assessores do então deputado estadual deram dinheiro a Queiroz durante anos, Flávio disse que quem fazia depósito na conta de seu ex-assessor era uma “equipe de rua”. Com os recursos, Queiroz teria feito subcontratação de outros auxiliares.
“Ele fez um posicionamento junto ao MP esclarecendo essas questões. Disse que as pessoas que faziam os depósitos na conta dele eram da chamada equipe de rua. Queiroz afirma que pegava o dinheiro para fazer a subcontratação de outras pessoas para trabalharem em redutos onde ele tinha força. Sempre fui bem votado nesses locais. Talvez tenha sido um pouco relaxado de não olhar isso mais de perto, deixei muito a cargo dele. Mas é obvio que, se soubesse que ele fazia isso, jamais concordaria. Até porque não precisava, meu gabinete sempre foi muito enxuto, e na Assembleia existia a possibilidade de desmembrar cargos. Outra coisa importante: mais de 80% dos recursos que passaram pelo Queiroz são de familiares dele. Então, qual o crime que tem de o cara ter um acordo com a mulher, com a filha, para administrar o dinheiro?”, disse o senador.