Carnes, combustíveis e passagem aérea disparam na pandemia

Foto: Marcelo Rezende / Agência Brasil

Carnes, alimentos diversos, combustíveis e passagem aérea. Esses são alguns exemplos de itens que ilustram a disparada de preços sentida pelos brasileiros durante a pandemia de Covid-19.

O cenário é retratado por um levantamento do economista André Braz, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), a pedido da Folha de S.Paulo.

A pesquisa contempla sete capitais: São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre. De fevereiro de 2020 a setembro de 2021, o IPC teve variação de 11,59% em termos gerais.

No recorte por grupos, chama atenção o aumento maior e disseminado por alimentos frequentemente usados em churrascos e festas.

Carnes bovinas (35,31%), frango em pedaços (32,62%), frango inteiro (28,21%) e carnes suínas (25,26%), por exemplo, dispararam com a demanda aquecida no mercado internacional.

Além disso, insumos usados na criação de animais, como o milho (base para rações), também ficaram mais caros. Assim, acabam gerando uma pressão adicional para os preços finais da proteína animal.

“As carnes estão entre os vilões na pandemia. Muitos brasileiros cortaram o consumo, outros infelizmente passaram a buscar ossos para alimentação. Isso sinaliza o quão difícil está o acesso a esses produtos”, analisa Braz. Como muitos ossos têm restos de carne, eles são fervidos e utilizados para complementar a refeição.

Os preços de outros alimentos frequentemente relacionados a festas e confraternizações, como salsicha e salsichão (30,65%), milho em conserva (23,66%), milho de pipoca (21,1%) e bolo pronto (14,61%), também ficaram mais altos na pandemia.

Braz ainda chama atenção para a disparada nos valores de itens necessários para passeios e viagens.

Nesse grupo, o destaque é a passagem aérea nacional, que acumulou alta de 65% pelo IPC entre fevereiro de 2020 e setembro de 2021. O avanço, diz o pesquisador, ganhou força nos últimos meses.

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